8.9.09

Dos telefones e das pastagens

Em meio às pastagens verdejantes do norte, bem do norte, onde o verde da relva aponta o fim, de onde se avista uma outra ilha, mas bem se sabe que lá também é o fim, e que depois dela acaba, lá havia um telefone amarelo. Amarelo e público.



Tão público era que não podia ser usado em ocasiões ordinárias. Somente sob concessão do extraordinário: caso acordasse o gigante cuja calçada fora pavimentada já há tantos milhares anos. Nesse caso, no caso de o gigante irromper das pastagens que se confundem com o fim e decidir sobreerguer a calçada, aí sim o telefone público e amarelo deverá ser utilizado.

Mas ainda não compreendo muito bem. Não sei bem se é calçada ou se é uma pilha de moedas, ou se é ainda uma calçada de pilha de moedas. Afinal, o gigante economizava uns trocados (que, para o gigante, são apenas uns trocados) ou provia pavimento para os pés dele?



Até hoje não sei, não me decidi. Quando me decidir, acreditarei e assim contarei a estória da próxima vez: era uma vez, um telefone amarelo e público em meio às relvas do fim, da relva que, quando se observa o horizonte com tento, confunde-se com o fim, o fim do mundo, onde o nada passa a existir. Lá, o gigante guardou seus trocados para...