8.9.09

Dos telefones e das pastagens

Em meio às pastagens verdejantes do norte, bem do norte, onde o verde da relva aponta o fim, de onde se avista uma outra ilha, mas bem se sabe que lá também é o fim, e que depois dela acaba, lá havia um telefone amarelo. Amarelo e público.



Tão público era que não podia ser usado em ocasiões ordinárias. Somente sob concessão do extraordinário: caso acordasse o gigante cuja calçada fora pavimentada já há tantos milhares anos. Nesse caso, no caso de o gigante irromper das pastagens que se confundem com o fim e decidir sobreerguer a calçada, aí sim o telefone público e amarelo deverá ser utilizado.

Mas ainda não compreendo muito bem. Não sei bem se é calçada ou se é uma pilha de moedas, ou se é ainda uma calçada de pilha de moedas. Afinal, o gigante economizava uns trocados (que, para o gigante, são apenas uns trocados) ou provia pavimento para os pés dele?



Até hoje não sei, não me decidi. Quando me decidir, acreditarei e assim contarei a estória da próxima vez: era uma vez, um telefone amarelo e público em meio às relvas do fim, da relva que, quando se observa o horizonte com tento, confunde-se com o fim, o fim do mundo, onde o nada passa a existir. Lá, o gigante guardou seus trocados para...

4 comentários:

  1. Ele apenas guardava trocados. Os juntava porque eram belas as pilhas deles ao por do sol. Sua mãe sempre dizia que era bom ter 'a wee amount of coins', para alguma ocasião urgente, como pegar ônibus de madrugada (por que será que nunca se fala das mães dos gigantes?). Mas ele sempre preferia ir a pé, e nunca se soube se era por causa da vista pro fim do mundo ou porque gostava muito de sua pilha de moedas.

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  2. Sabe como as crianças têm mania de juntar coisas? Talvez ele tenha ficado com isso na cabeça porque a mãe dele sempre falava da importância 'of having a wee amount of coins, just in case... You never know!' E assim ela dizia e o gigante cresceu ouvindo essas coisas e ficou cheio de manias (e talvez ainda eles conversassem em Gaélico!). Se eu me decidir por isso, nisso acreditarei. Mas será que foi assim?

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  3. Poucas moedas não devem ser suficientes pra resolver urgências (de) gigantes.

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